Quinta dos Lóridos
A propriedade remonta a uma doação de terras feita pelo mosteiro a João Annes de Lourido, por volta de 1430.[1] Em finais do século XV estabelecem-se em Lisboa representantes da família Aifaitati ou Lafetas, banqueiros oriundos de Cremona, cuja casa bancária possuía filiais em Roma, naInglaterra, na França, na Espanha e na Flandres. Em Portugal, associam-se inicialmente à produção de açúcar da ilha da Madeira, e, após a abertura do Caminho marítimo para a Índia, ao comércio de especiarias. No início do século XVI fixam-se na região de Óbidos, tendo erguido uma casa de campo nas terras da Quinta dos Loridos, que entretanto lhes fora doada por D. Manuel I. A disposição quinhentista das edificações, de inspiração italiana, pode ser percebida até aos nossos dias, nomeadamente nos jardins em socalcos e no portal "Paladiano" do corpo central do edifício, idêntico ao da casa dos Aifaitati em Cremona. Mais tarde, em meados do século XVIII, a propriedade encontrava-se em mãos da família Sanches de Baena, conforme o testemunha a pedra de armas sobre o portal de entrada. Na posse desta família, tiveram lugar importantes alterações que lhe conferiram feições barrocas, notadamente na entrada e na capela. A propriedade mudou de mãos em 1834, quando foi adquirida pelo capitão João Pedro Barboza. O seu filho, José Antonio da Silva Barboza, pretendeu legá-la em testamento a um pároco, que a recusou, rogando-le que a deixasse a um primo, Albino Herculano da Silveira Sepúlveda, que assim a herdou. Em 1989 a quinta foi adquirida à família Sepúlveda pela empresa J. P. Vinhos, S.A., que lhe promoveu extensa campanha de conservação e restauro, nomeadamente em termos detelhados e interiores, assim como a instalação de uma adega para a produção de vinho espumante (onde se destaca um lagar com uma antiga prensa de "vara"), a construção de uma cave para envelhecimento do produto e a plantação de vinhas.[2] A plantação de vinhas ocupa 45 dos 90 hectares da propriedade com um compasso de 2,4 x 1,1 e uma densidade de 3.700 plantas das castas Castelão, Fernão Pires, Merlot, Tinta Roriz, Chardonnay, Arinto, Alvarinho e Pinot. Paralelamente, o titular da empresa, comendador José Berardo, impressionado na década de 1980 com a destruição pelos taliban das milenares estátuas de Buda em Bamiyhan, noAfeganistão, concebeu o projecto de criação de um jardim como homenagem à perda daquela herança da humanidade. Desse modo, em 2001 era inaugurado um espaço de 35 hectaresna quinta, com vegetação onde coexistem sobreiros e carvalhos, tendo implantado um lago artificial com peixes Koi, rodeado por diversas estátuas em terracota, mármore e granito de Buda e outras divindades orientais, aberto à visitação pública. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_dos_Loridos[editar]O Buddha Eden